sábado, 10 de novembro de 2012

Aliadas da História na 4ª ONHB


É com muito orgulho e grande satisfação que compartilho aqui a participação das alunas Sara, Tuanny, Roberta e da professora de história Ana Paula da E. M. Alzira Araujo, 9ª CRE, na 4ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) em sua fase presencial que foi realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).




Para nos contar a trajetória que levou as meninas da E. M. Alzira Araújo à final desta olimpíada, nada melhor do que a própria professora Ana Paula, em um depoimento emocionante que nos mostra a garra e a vontade de um pequeno grupo para alcançar grandes vitórias.



Professora Ana Paula com as alunas Tuanny, Sara e Roberta.



A epígrafe escolhida pela equipe Aliadas da História para o jornal preparado durante a 4ª fase da 4ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (2012) reflete os objetivos que tinha em mente quando convidei 3 alunas do 9º ano da E. M. Alzira Araujo a participarem da competição. Nas palavras de Machado de Assis, autor da frase em questão, “a vida sem luta é um mar morto”, ou seja, nada acrescenta, nada produz, nada inspira... Lutar aqui significa subverter, questionar, incomodar, surpreender. Significa mostrar a possibilidade de construir histórias de sucesso onde muitas vezes se acredita ser impossível ou, ao menos, pouco provável. 




As inscrições na ONHB são permitidas para alunos de 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Evidentemente, alunos de Ensino Médio possuem maior probabilidade de chegarem a final. Esta por si só já era uma dificuldade para as alunas Roberta Brandão (1902), Sara Rocha (1904) e Tuanny Badú (1904), componentes da equipe. Além de outras relacionadas às trajetórias e aos graus de formação das fortes equipes de todo o Brasil com as quais competiam. Contudo, dentre as mais de 10 mil equipes inscritas, as Aliadas da História estiveram entre as 300 finalistas, selecionadas pela soma de pontuação após 5 etapas de questões e tarefas com alto nível de complexidade, baseadas em fontes históricas e que exigiam bastante de alunos pouco habituados a análise crítica de textos e imagens de época.



Tuanny, Mauricélia, Roberta, Sara e Ana Paula.

Diante dos obstáculos, a presença na final já deve ser considerada uma vitória para estas meninas que se sentiam mais felizes a cada etapa vencida. Aliás, foram preparadas desde o início (pela professora, que mesmo com esperanças não queria decepcioná-las) para conseguirem vencer apenas algumas etapas, o que já seria muito bom, dada a dificuldade das provas. Não foi o que ocorreu. Em meio a muitos temas desconhecidos, mapas e textos de difícil compreensão e algumas horas de pesquisas, via internet principalmente – o que é uma proposta central da ONHB, já que 5 das 6 fases são on-line, além dos textos sugeridos também estarem disponíveis virtualmente – foram realizando descobertas e vivendo a experiência de ler, refletir, debater e construir algo novo. O resultado da 5ª fase, divulgado no dia 22/09, provou que o esforço havia valido a pena. Esforço iniciado ainda em abril, quando comentei com Sara a respeito da competição e, juntas, agregamos Roberta e Tuanny ao desafio. Pedi que pensassem com cuidado se realmente gostariam de enfrentá-lo e se achavam (como eu) que teriam a responsabilidade e a capacidade de investir neste projeto. Elas concluíram que sim, fizeram as inscrições, se responsabilizaram por toda a parte burocrática inicial e, a partir do dia 20/08, quando foi divulgada a 1ª fase de provas e tarefas, se envolveram na competição. 



Não me decepcionaram quanto à responsabilidade e à capacidade. Realizaram ótimas leituras e interpretações, enviaram tudo o que era exigido em dia e não arrefeceram quando a produção de uma gazeta se uniu à questões de alta complexidade para serem feitas em 1 semana, tarefa que parecia muito difícil de ser cumprida. Bem, o resultado já sabemos. A equipe participou da final da ONHB realizada na Universidade Estadual deCampinas entre os dias 20 e 21 de outubro de 2012. Foram bem sucedidas na prova final, toda discursiva e baseada em imagens retiradas de arquivos históricos (trabalho difícil para muitos professores, diga-se de passagem), mas não chegaram a ganhar medalhas de ouro, prata ou bronze. Ganharam sim a medalha e o certificado de menção honrosa conferidos as 300 equipes que chegaram à fase final presencial. 


Ganhar ou perder neste caso simplesmente não importa. Importa sim a disposição para enfrentar os desafios, a descoberta do novo, o mergulho em novas experiências e, sobretudo, a comprovação de que é possível construir algo diferente do esperado, surpreender, inspirar e subverter, no melhor sentido machadiano de compreensão do verbo lutar. Por este ângulo, o fracasso não existe. Afinal, cada passo rumo à vitória, cada obstáculo vencido, já é a própria vitória em si. A vitória contra a estagnação, o desânimo, o impossível, o inesperado... O exemplo de que ter foco, objetivo, estudar e se dedicar compensam, foi dado. Este era nosso objetivo principal.



Professora Ana Paula e diretora Mauricélia França


Aproveito para agradecer a todos os que torceram pelo sucesso das Aliadas da História, em especial a toda a carinhosa equipe de funcionários e professores da E. M. Alzira Araujo. Agradeço também à diretora Mauricélia França e à diretora-adjunta Jane Brandão pelo apoio e incentivo dados ao longo de todos estes meses de trabalho e a Márcia Cristina Alves, representante do Rioeduca.net/9ª CRE, pelo empenho incansável em conseguir financiamento para que nossa equipe pudesse estar presente na fase final da ONHB em Campinas. Neste sentido, agradecemos a SME as passagens aéreas e a hospedagem sem as quais a viagem seria inviável.



Rafael Parente, Maurício Pinto, Márcia e alunas da E. M. Alzira Araújo


Por fim, agradeço a Sara, Roberta e Tuanny que toparam participar da aventura de uma professora que quis fazê-las sonhar mais alto. Objetivo que tenho com todos os meus alunos, mesmo quando eles, por inúmeras razões (econômicas, sociais, políticas...), sequer compreendem o que isto significa. Estes agradecimentos devem ser estendidos aos pais destas meninas por terem incentivado desde o início seus (nossos) voos. Sem seus incentivos, as horas de estudo até tarde da noite, as chegadas à escola antes do horário e a viagem a Campinas não seriam possíveis.




Que estas meninas, e todos os nossos alunos, tenham futuros brilhantes! Ou, ao menos, tenham futuros! É por isto que a educação, tão desvalorizada e secundarizada, vale a pena.

Ana Paula Barcelos

 (Professora de História da E.M. Alzira Araujo e orientadora da equipe Aliadas da História)



Roberta Brandão

“Participar da Olimpíada Nacional em História do Brasil foi sem dúvida a maior experiência da minha vida até hoje. Uma experiência maravilhosa do começo ao fim. Eram muito prazerosos os momentos em que descobríamos que passamos para a próxima fase, superando nossas expectativas a cada uma delas. Essa olimpíada nos aproximou muito, nos tornou verdadeiramente amigas. Nos divertimos muito estudando juntas, discutindo as questões, descobrindo coisas novas, assuntos diferentes do nosso dia-a-dia e, acima de tudo, ganhando grande conhecimento. O fato de passarmos para a última fase competindo com alunos do Ensino Médio, de colégios fortíssimos, uma galera super preparada, foi motivo de muito orgulho para a escola, amigos e para toda a família. A ida a Campinas foi incrível! Cada momento ficará registrado na nossa memória para sempre. Trouxemos de lá não só a medalha de menção honrosa. Acredito que voltamos com uma bagagem muito maior de conhecimento e experiência , o que nos dará coragem e incentivo para repetirmos ano que vem!”.  (Roberta Brandão - Turma:1902)





Sara Rocha

“Em minha opinião, participar da ONHB foi uma nova experiência, desde as fases on-line ate a fase presencial, até porque chegar nesta fase presencial não era o objetivo principal e sim adquirir um conhecimento diferente e novo. Todo o esforço de noites estudando historia foi importante não só pelo ato de estudar, mas porque também era divertido consultar livremente, discutir sobre as questões e mesmo passar por situações engraçadas, como as discussões (quase brigas) sobre que opção responder. A ONHB fortaleceu nossa amizade e nos aproximou de um universo distante, o dos professores. Lembrando também que parte do nosso mérito é da professora que nos escolheu como equipe, investiu em nós e principalmente acreditou que poderíamos chegar lá . Acho que cumprimos bem a nossa missão de representar a escola. Além disto, nos divertimos muito nas fases on-line, a caminho de Campinas, no avião, no hotel, na Unicamp, no aeroporto e por todos os outros lugares que tivemos o prazer de conhecer. Para mim, vai ficar marcado que estudar história também tem seu lado divertido, posso dizer que vivi isso na prática”. Sara Rocha (Turma: 1904)




Tuanny Badú 

“A ONHB foi muito importante pra mim, porque nós aprendemos muitas coisas importantes na competição e na viagem. Aprendemos a trabalhar em grupo e desenvolvemos a solidariedade e a amizade, por exemplo.As provas da ONHB são bem complicadas, mas fazem com que a gente se envolva muito, pois para quase tudo é preciso pesquisar, consultar sites e debater entre o grupo, porque sozinha é impossível fazê-la. Lá em Campinas a prova estava difícil, pois não tínhamos questões para debater, conversar e marcar a mais pertinente. Nela tinham apenas três figuras, relacionadas com as outras cinco etapas que fizemos on-line, e tivemos que descrevê-las e interpretá-las, escrevendo textos completos sobre elas. Havia 300 equipes de todo o Brasil de Ensino Médio e nós concorremos com eles, sendo que somos alunas de 9º ano. Isso para nós já foi um orgulho. Apenas ter chegado em Campinas e conhecido a Unicamp já valeu a pena!”. (Tuanny Badú - Turma: 1904)



Parabéns meninas, parabéns professora Ana Paula por acreditar e lutar, essa foi a sua grande vitória e exemplo a todos!



 Visite o Blog da E. M. Alzira Araújo e conheça outras atividades que a escola vem desenvolvendo.


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